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ALMA

  • svdee1
  • 7 de out.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 12 de out.

ALMA

ENTENDIMENTOS

Alma - Sem discutir o mérito das opiniões e considerando apenas o lado lingüístico da questão, dizemos que há três aplicações do termo alma, correspondendo a três idéias distintas, que precisariam de três vocábulos diferentes para serem expressas. E cada uma dessas idéias tem razão na sua definição, tomando-se o seu ponto de vista. O mal está na língua, que dispõe somente de uma palavra para exprimir três idéias. (4) Mesmo se a alma não passasse de produto da imaginação, ainda assim precisaria de um termo para designá-la. (6) Devido a essa acepção múltipla, o termo “alma” não exclui o Materialismo nem o Panteísmo. O próprio Espiritualismo pode entender a alma de acordo com uma ou outra das duas definições sem prejuízo do ser imaterial distinto a que dará um nome qualquer. (7)

Como não existe um significado invariável, os Espíritos, assim como nós, divergem na definição que lhe dão: um poderá dizer que é o princípio da vida; outro chamar-lhe centelha anímica; um terceiro afirmar que ela é interna, que é externa, etc.; tendo todos razão, cada um do seu ponto de vista. Pode-se mesmo crer que alguns deles professem doutrinas materialistas e, todavia, não ser assim. (13)

Alma, no Livro dos Espíritos - A fim de evitar equívoco, deve-se restringir a acepção do termo "alma" a uma das idéias existentes. A escolha é indiferente; o principal é o entendimento de todos, restringindo o termo a uma convenção. Foi considerada mais lógica a acepção vulgar e a ALMA foi entendida como o ser imaterial e individual que reside em nós e sobrevive ao corpo. Alma é o Espírito encarnado. (5)(10)(11)(12)

Os Espíritos desenharam uma cepa como símbolo do trabalho d’O Criador, com o corpo sendo representado pela cepa; o Espírito sendo o licor; e a alma ou Espírito ligado à matéria, o bago.(14)

Alma, segundo o Espiritualismo - A alma é um ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva sua individualidade após a morte. É, sem dúvida, o conceito mais geral, porque, ainda que com nomes diferentes, a idéia desse ser que sobrevive ao corpo se encontra no estado de crença instintiva, não derivada de ensino, entre todos os povos, qualquer que seja o grau de civilização de cada um. Conforme essa doutrina, a alma é causa e não efeito. (3)

Alma, segundo o Materialismo - A alma é o princípio da vida material orgânica, sem existência própria, que acaba na morte. Neste sentido e por comparação, chama-se assim um instrumento rachado, que não emite mais nenhum som: "não tem alma". Por essa opinião, a alma seria efeito e não causa. (1)

Alma, segundo uma variante do Panteísmo - A alma é o princípio da inteligência, agente universal do qual cada ser absorve uma certa porção. Uma só alma distribui centelhas pelos diversos seres inteligentes durante a vida destes, voltando cada centelha à fonte comum, confundindo-se com o todo de onde saíram, quando estes morrem. Mas, é quase como se nada subsistisse depois da morte, porque, destituídos de individualidade, não mais teríamos consciência de nós mesmos. A alma universal seria Deus e cada ser, um fragmento d’A Divindade. (2)

Alma vital - Qualitativo do princípio da vida material, que é comum a todos os seres orgânicos. (8)(9)

Alma intelectual - Qualitativo do princípio da inteligência, que é a dos animais e a dos homens. (8)(9)

Alma espírita - Qualitativo do senso moral, da nossa individualidade após a morte e que pertence somente ao homem. (8)(9)

Espírito – A alma, quando liberta do corpo. (10)(11)


FONTES

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita II"

(1) Segundo uns, a alma é o princípio da vida material orgânica. Não tem existência própria e se aniquila com a vida: é o materialismo puro. Neste sentido e por comparação, diz-se de um instrumento rachado, que nenhum som mais emite: não tem alma. De conformidade com essa opinião, a alma seria efeito e não causa.

(2) Pensam outros que a alma é o princípio da inteligência, agente universal do qual cada ser absorve uma certa porção. Segundo esses, não haveria em todo o Universo senão uma só alma a distribuir centelhas pelos diversos seres inteligentes durante a vida destes, voltando cada centelha, mortos os seres, à fonte comum, a se confundir com o todo, como os regatos e os rios voltam ao mar, donde saíram. Essa opinião difere da precedente em que, nesta hipótese, não há em nós somente matéria, subsistindo alguma coisa após a morte. Mas é quase como se nada subsistisse, porquanto, destituídos de individualidade, não mais teríamos consciência de nós mesmos. Dentro desta opinião, a alma universal seria Deus, e cada ser um fragmento da divindade. Simples variante do panteísmo.

(3) Segundo outros, finalmente, a alma é um ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva sua individualidade após a morte. Esta acepção é, sem contradita, a mais geral, porque, debaixo de um nome ou de outro, a idéia desse ser que sobrevive ao corpo se encontra, no estado de crença instintiva, não derivada de ensino, entre todos os povos, qualquer que seja o grau de civilização de cada um. Essa doutrina, segundo a qual a alma é causa e não efeito, é a dos espiritualistas.

(4) Sem discutir o mérito de tais opiniões e considerando apenas o lado lingüístico da questão, diremos que estas três aplicações do termo alma correspondem a três idéias distintas, que demandariam, para serem expressas, três vocábulos diferentes. Aquela palavra tem, pois, tríplice acepção e cada um, do seu ponto de vista, pode com razão defini-

la como o faz. O mal está em a língua dispor somente de uma palavra para exprimir três idéias.

(5) A fim de evitar todo equívoco, seria necessário restringir-se a acepção do termo alma a uma daquelas idéias. A escolha é indiferente; o que se faz mister é o entendimento entre todos, reduzindo-se o problema a uma simples questão de convenção. Julgamos mais lógico tomá-lo na sua acepção vulgar e por isso chamamos ALMA ao ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo.

(6) Mesmo quando esse ser não existisse, não passasse de produto da imaginação, ainda assim fora preciso um termo para designá-lo.

(7) Concebe-se que, com uma acepção múltipla, o termo alma não exclui o materialismo, nem o panteísmo. O próprio espiritualismo pode entender a alma de acordo com uma ou outra das duas primeiras definições, sem prejuízo do Ser imaterial distinto, a que então dará um nome qualquer. Assim, aquela palavra não representa uma opinião: é um Proteu, que cada um ajeita a seu bel-prazer. Daí tantas disputas intermináveis.

(8) Evitar-se-ia igualmente a confusão, embora usando-se do termo alma nos três casos, desde que se lhe acrescentasse um qualificativo especificando o ponto de vista em que se está colocado, ou a aplicação que se faz da palavra. Esta teria, então, um caráter genérico, designando, ao mesmo tempo, o princípio da vida material, o da inteligência e o do senso moral, que se distinguiriam mediante um atributo, como os gases, por exemplo, que se distinguem aditando-se ao termo genérico as palavras hidrogênio, oxigênio, ou azoto. Poder-se-ia, assim, dizer, e talvez fosse o melhor, a alma vital — indicando o princípio da vida material; a alma intelectual — o princípio da inteligência, e a alma espírita — o da nossa individualidade após a morte.

(9) De conformidade com essa maneira de falar, a alma vital seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens; a alma intelectual pertenceria aos animais e aos homens; e a alma espírita somente ao homem.

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita VI"

(10) “A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.

“Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.

“Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.

(11) As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito impuro.

(12) A alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se haver separado do corpo.

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita XIII"

(13) Tomemos, por exemplo, a definição de alma. Carecendo este termo de uma acepção invariável, compreende-se que os Espíritos, como nós, divirjam na definição que dela dêem: um poderá dizer que é o princípio da vida, outro chamar-lhe centelha anímica, um terceiro afirmar que ela é interna, que é externa, etc., tendo todos razão, cada um do seu ponto de vista. Poder-se-á mesmo crer que alguns deles professem doutrinas materialistas e, todavia, não ser assim.

Livro dos Espíritos, Prolegômenos

(14) “Porás no cabeçalho do livro a cepa que te desenhamos, porque é o emblema do trabalho do Criador. Aí se acham reunidos todos os princípios materiais que melhor podem representar o corpo e o espírito. O corpo é a cepa; o espírito é o licor; a alma ou espírito ligado à matéria é o bago. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que só mediante o trabalho do corpo o Espírito adquire conhecimentos.

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