NECESSIDADE DE PADRONIZAÇÃO DO VOCABULÁRIO
- svdee1
- 8 de out.
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Atualizado: 20 de out.
ENTENDIMENTOS
A linguagem humana é demasiadamente pobre para definir adequadamente várias questões que estão acima do entendimento humano. (6)
Ao surgirem coisas novas, faz-se necessária a criação de termos novos, para que haja mais clareza na linguagem, evitando confusões do uso da mesma palavra para significados distintos, o duplo sentido de interpretação. (1)
Uma língua perfeita, em que cada idéia fosse expressa por um termo próprio, evitaria muitas discussões. (2)
Há três aplicações do termo alma, correspondendo a três idéias distintas, que precisariam de três vocábulos diferentes para serem expressas. E cada uma dessas idéias têm razão na sua definição, tomando-se o seu ponto de vista. O mal está na língua, que dispõe somente de uma palavra para exprimir três idéias. (3)
A fim de evitar equívoco, deve-se restringir a acepção do termo "alma" a uma das idéias existentes. A escolha é indiferente; o principal é o entendimento de todos, restringindo o termo a uma convenção. (4)
No Livro dos Espíritos, o que aparece entre aspas é fala dos Espíritos. (5)
FONTES
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita I"
(1) Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras.
Os vocábulos espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia.
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita II"
(2) Uma língua perfeita, em que cada idéia fosse expressa por um termo próprio, evitaria
muitas discussões.
(3) Sem discutir o mérito de tais opiniões e considerando apenas o lado lingüístico da questão, diremos que estas três aplicações do termo alma correspondem a três idéias distintas, que demandariam, para serem expressas, três vocábulos diferentes. Aquela palavra tem, pois, tríplice acepção e cada um, do seu ponto de vista, pode com razão defini-
la como o faz. O mal está em a língua dispor somente de uma palavra para exprimir três idéias.
(4) A fim de evitar todo equívoco, seria necessário restringir-se a acepção do termo alma a uma daquelas idéias. A escolha é indiferente; o que se faz mister é o entendimento entre todos, reduzindo-se o problema a uma simples questão de convenção.
Livro dos Espíritos, Parte Primeira, Das Causas Primárias, Capítulo I – De Deus
(5) DEUS E O INFINITO
1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”1 (Vide Nota Especial nº 1, da Editora (FEB), à pág. 604.)
2. Que se deve entender por infinito?
“O que não tem começo nem fim: o desconhecido; tudo o que é desconhecido é infinito.”
1
O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas, é a resposta que os Espíritos deram. Para destacar as notas e explicações aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor.
Quando formam capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o mesmo tipo usado para as perguntas e respostas foi o empregado.
(6) 3. Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
“Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana, insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens.”
Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é infinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não está conhecida por uma outra que não o está mais do que a primeira.


