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NÃO CONFIAR EM QUALQUER ESPÍRITO

  • svdee1
  • 8 de out.
  • 10 min de leitura

Atualizado: 20 de out.

ENTENDIMENTOS

No mundo dos Espíritos também há uma sociedade boa e uma sociedade má. (4)

A linguagem de certos Espíritos não parece digna da elevação atribuída a seres sobrenaturais. Os próprios Espíritos nos ensinam não haver entre eles igualdade de conhecimentos nem de qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo quanto dizem. Às pessoas sensatas incumbe separar o bom do mau. (3)(7)

Não se pode confiar no que qualquer Espírito diz, pois os Espíritos inferiores, constantemente fazem-se passar por nomes famosos, a fim de ganharem a atenção e a confiança do seu público. Geralmente nos meios elevados, onde prevalece o genuíno desejo de aprendizado e de fazer o bem, manifestam-se os bons Espíritos e os inferiores são afastados; onde predominam a frivolidade, curiosidade ou maus propósitos, atuam estes últimos. (1)

Distinguir os bons dos maus Espíritos é fácil. Via de regra, os Espíritos superiores usam linguagem digna, nobre, da mais alta moralidade, livre de qualquer paixão inferior, com a mais pura sabedoria nos conselhos (que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade). A linguagem dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, quase sempre trivial e até grosseira; às vezes podem dizer alguma coisa boa e verdadeira, mas, dizem muito mais falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância; zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falsas esperanças. Resumindo, as comunicações sérias só são dadas nos centros sérios, onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem. (2)(7)

Os Espíritos inferiores podem, por vezes, tomar nomes ilustres e conhecidos para nos enganar, deixando muitos médiuns inseguros quanto à identidade destes. Se forem Espíritos de familiares ou amigos, reconhece-se a linguagem que estes costumavam usar; fatos particulares são citados; falam das lembranças de acontecimentos em comum; ou mesmo fazem revelações que se pode verificar. Isso, porque somente os Espíritos puros estão libertos da influência corporal; a maioria ainda carrega consigo tiques, manias, ideias, que tinham quando encarnados. Para os demais, a caligrafia é um traço característico, pois cada Espírito manifestante traz seu recado com a sua; e há assinaturas que são idênticas à utilizada por aquela personalidade quando encarnada. (5)(6)

Uma outra dificuldade é que os Espíritos da mesma categoria, do mesmo caráter e possuídos dos mesmos sentimentos formam grupos e famílias, cuja maior parte deles não têm nomes para nós. Então, um Espírito da categoria de Fénelon pode vir em seu lugar como seu mandatário, apresentando-se com o seu nome, porque lhe é idêntico e pode substituí-lo e ainda porque precisamos de um nome para fixar as nossas idéias. Não importa que seja, realmente ou não, o de Fénelon, desde que tudo o que ele diga seja bom e que fale como o teria feito o próprio Fénelon, provando ser bom Espírito. O mesmo, entretanto, não é admissível nas evocações íntimas; mas, aí, como dissemos há pouco, se consegue estabelecer a identidade por provas de certo modo patentes. Essa substituição de Espíritos pode dar lugar a uma porção de equívocos, ocasionar erros e, amiúde, mistificações. (8)

Nota-se diferenças de linguagem entre os Espíritos.

Como os Espíritos diferem uns dos outros em conhecimento e moralidade, uma mesma questão pode ser respondida de maneiras distintas e até mesmo opostas, conforme a categoria do Espírito que responde, da mesma maneira que ocorreria se perguntássemos a um sábio, a um ignorante ou a um gracejador encarnados. É essencial sabermos a quem nos dirigimos. (9)

Há quem pergunte por que os Espíritos ditos Superiores nem sempre estão de acordo.

Entenderemos através do estudo (Que requer muita atenção, observação profunda, continuidade e perseverança.) que nem tudo o que parece contraditório de fato o é. A forma da resposta depende muitas vezes da forma da questão. Frequentemente só há diferença de palavras. Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente com a forma. Para eles, o fundo do pensamento é tudo.

O estudo do Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. (10)

Não importa a assinatura ou o nome importante de um Espírito; importa é a pureza de seus ensinamentos e a conexão que demonstre com os Espíritos mais elevados. (11)

Os Espíritos que ainda não estão completamente desmaterializados procuram freqüentemente semear a dúvida por malícia ou ignorância. (12)


FONTES

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita VI"

(1) “Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.

(2) “Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só são dadas nos centros sérios, onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem.

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita X"

(3) Entre as objeções, algumas há das mais especiosas, ao menos na aparência, porque tiradas da observação e feitas por pessoas respeitáveis. A uma delas serve de base a linguagem de certos Espíritos, que não parece digna da elevação atribuída a seres sobrenaturais. Quem se reportar ao resumo da doutrina acima apresentado, verá que os próprios Espíritos nos ensinam não haver entre eles igualdade de conhecimentos nem de qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo quanto dizem. Às pessoas sensatas incumbe separar o bom do mau.

(4) No mundo dos Espíritos também há uma sociedade boa e uma sociedade má; dignem-se, os que daquele modo se pronunciam, de estudar o que se passa entre os Espíritos de escol e se convencerão de que a cidade celeste não contém apenas a escória popular.

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita XII"

(5) Um fato demonstrado pela observação e confirmado pelos próprios Espíritos é o de que os Espíritos inferiores muitas vezes usurpam nomes conhecidos e respeitados. Quem pode, pois, afirmar que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César, Carlos Magno, Fénelon, Napoleão, Washington, etc., tenham realmente animado essas personagens? Esta dúvida existe mesmo entre alguns adeptos fervorosos da Doutrina Espírita, os quais admitem a intervenção e a manifestação dos Espíritos, mas inquirem como se lhes pode comprovar a identidade. Semelhante prova é, de fato, bem difícil de produzir-se. Conquanto,

porém, não o possa ser de modo tão autêntico como por uma certidão de registro civil, pode-o ao menos por presunção, segundo certos indícios. Quando se manifesta o Espírito de alguém que conhecemos pessoalmente, de um parente ou de um amigo, por exemplo, mormente se há pouco tempo que morreu, sucede geralmente que sua linguagem se revela de perfeito acordo com o caráter que tinha aos nossos olhos, quando vivo. Já isso constitui indício de identidade. Não mais, entretanto, há lugar para dúvidas, desde que o Espírito fala de coisas particulares, lembra acontecimentos de família, sabidos unicamente do seu interlocutor. Um filho não se enganará, decerto, com a linguagem de seu pai ou de sua mãe, nem pais haverá que se equivoquem quanto à de um filho. Neste gênero de evocações, passam-se às vezes coisas íntimas verdadeiramente empolgantes, de natureza a convencerem o maior incrédulo. O mais obstinado céptico fica, não raro, aterrado com as inesperadas revelações que lhe são feitas. Outra circunstância muito característica acode em apoio da identidade. Dissemos que a caligrafia do médium muda, em geral, quando outro passa a ser o Espírito evocado e que a caligrafia é sempre a mesma quando o mesmo Espírito se apresenta. Tem-se verificado inúmeras vezes, sobretudo se se trata de pessoas mortas recentemente, que a escrita denota flagrante semelhança com a dessa pessoa em vida. Assinaturas se hão obtido de exatidão perfeita. Longe estamos, todavia, de querer apontar esse fato como regra e menos ainda como regra constante. Mencionamo-lo apenas como digno de nota.

(6) Só os Espíritos que atingiram certo grau de purificação se acham libertos de toda influência corporal. Quando ainda não estão completamente desmaterializados (é a expressão de que usam) conservam a maior parte das idéias, dos pendores e até das manias que tinham na Terra, o que também constitui um meio de reconhecimento, ao qual igualmente se chega por uma imensidade de fatos minuciosos, que só uma observação acurada e detida pode revelar. Vêem-se escritores a discutir suas próprias obras ou doutrinas, a aprovar ou condenar certas partes delas; outros a lembrar circunstâncias ignoradas, ou quase desconhecidas de suas vidas ou de suas mortes, toda sorte de particularidades, enfim, que são, quando nada, provas morais de identidade, únicas invocáveis, tratando-se de coisas abstratas.

(7) Ora, se a identidade de um Espírito evocado pode, até certo ponto, ser estabelecida em alguns casos, razão não há para que não o seja em outros; e se, com relação a pessoas, cuja morte data de muito tempo, não se têm os mesmos meios de verificação, resta sempre o da linguagem e do caráter, porquanto, inquestionavelmente, o Espírito de um homem de bem não falará como o de um perverso ou de um devasso. Quanto aos Espíritos que se apropriam

de nomes respeitáveis, esses se traem logo pela linguagem que empregam e pelas máximas que formulam. Um que se dissesse Fénelon, por exemplo, e que, ainda quando apenas acidentalmente ofendesse o bom-senso e a moral, mostraria, por esse simples fato, o embuste. Se, ao contrário, forem sempre puros os pensamentos que exprima, sem contradições e constantemente à altura do caráter de Fénelon, não há motivo para que se duvide da sua identidade. De outra forma, havíamos de supor que um Espírito que só prega o bem é capaz de mentir conscientemente e, ainda mais, sem utilidade alguma.

(8) A experiência nos ensina que os Espíritos da mesma categoria, do mesmo caráter e possuídos dos mesmos sentimentos formam grupos e famílias. Ora, incalculável é o número dos Espíritos e longe estamos de conhecê-los a todos; a maior parte deles não têm mesmo nomes para nós. Nada, pois, impede que um Espírito da categoria de Fénelon venha em seu lugar, muitas vezes até como seu mandatário. Apresenta-se então com o seu nome, porque lhe é idêntico e pode substituí-lo e ainda porque precisamos de um nome para fixar as nossas idéias. Mas, que importa, afinal, seja um Espírito, realmente ou não, o de Fénelon? Desde que tudo o que ele diz é bom e que fala como o teria feito o próprio Fénelon, é um bom Espírito. Indiferente é o nome pelo qual se dá a conhecer, não passando muitas vezes de um meio de que lança mão para nos fixar as idéias. O mesmo, entretanto, não é admissível nas evocações íntimas; mas, aí, como dissemos há pouco, se consegue estabelecer a identidade por provas de certo modo patentes. Inegavelmente a substituição dos Espíritos pode dar lugar a uma porção de equívocos, ocasionar erros e, amiúde, mistificações. Essa é uma das dificuldades do Espiritismo prático.

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita XIII"

(9) "As observações que aí ficam nos levam a dizer alguma coisa acerca de outra dificuldade, da divergência que se nota na linguagem dos Espíritos.

Diferindo estes muito uns dos outros, do ponto de vista dos conhecimentos e da moralidade, é evidente que uma questão pode ser por eles resolvida em sentidos opostos, conforme a categoria que ocupam, exatamente como sucederia, entre os homens, se a propusessem ora a um sábio, ora a um ignorante, ora a um gracejador de mau gosto. O ponto essencial, temo-lo dito, é sabermos a quem nos dirigimos.”

(10) Mas, ponderam, como se explica que os tidos por Espíritos de ordem superior nem sempre estejam de acordo?

Diremos, em primeiro lugar, que, independentemente da causa que vimos de assinalar, outras há de molde a exercerem certa influência sobre a natureza das respostas, abstração feita da probidade dos Espíritos. Este é um ponto capital, cuja explicação alcançaremos pelo estudo. Por isso é que dizemos que estes estudos requerem atenção demorada, observação profunda e, sobretudo, como aliás o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança.

Anos são precisos para formar-se um médico medíocre e três quartas partes da vida para chegar-se a ser um sábio. Como pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito? Ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. Será de admirar que o efetuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo?

A contradição, demais, nem sempre é tão real quanto possa parecer. Não vemos todos os dias homens que professam a mesma ciência divergirem na definição que dão de uma coisa, quer empreguem termos diferentes, quer a encarem de pontos de vista diversos, embora seja sempre a mesma a idéia fundamental? Conte quem puder as definições que se têm dado de gramática! Acrescentaremos que a forma da resposta depende muitas vezes da forma da questão.

Pueril, portanto, seria apontar contradição onde frequentemente só há diferença de palavras. Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente com a forma. Para eles, o fundo do pensamento é tudo.

Livro dos Espíritos, Prolegômenos

(11) Em o número dos Espíritos que concorreram para a execução desta obra, muitos se contam que viveram, em épocas diversas, na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria. Outros, pelos seus nomes, não pertencem a nenhuma personagem, cuja lembrança a História guarde, mas cuja elevação é atestada pela pureza de seus ensinamentos e pela união em que se acham com os que usam de nomes venerados.

(12) “Não te deixes desanimar pela crítica. Encontrarás contraditores encarniçados, sobretudo entre os que têm interesse nos abusos. Encontrá-los-ás mesmo entre os Espíritos, por isso que os que ainda não estão completamente desmaterializados procuram freqüentemente semear a dúvida por malícia ou ignorância. Prossegue sempre. Crê em Deus e caminha com confiança: aqui estaremos para te amparar e vem próximo o tempo em que a Verdade brilhará de todos os lados.

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