PENSAMENTO E SINTONIA
- svdee1
- 9 de out.
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Atualizado: 21 de out.
ENTENDIMENTOS
Os Espíritos atuam sobre o pensamento dos encarnados. (1)
O pensamento influi no tipo de Espírito que responderá a uma evocação, pois isso depende da natureza moral do meio que o evoca. Nas reuniões sérias, onde predomina o desejo sincero de aprendizado e o amor do bem, manifestam-se os Espíritos Superiores, que afastam os inferiores; estes últimos têm livre acesso e plena liberdade de ação entre as pessoas frívolas que são impelidas somente por curiosidade ou maus instintos, trazendo futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, mistificações (Muitas vezes tomam nomes famosos pra enganar). (2)
Há quem deduza que só se comunicam seres malfazejos, apenas com o objetivo da mistificação, desconhecendo as comunicações dos Espíritos superiores. É de lamentar que apenas lhes tenha sido mostrado o lado mau do mundo espírita. Isso ocorre ou porque uma tendência simpática atrai para eles, em vez dos bons Espíritos, os maus, os mentirosos, ou aqueles cuja linguagem é de revoltante grosseria; ou porque a solidez dos princípios dessas pessoas não é bastante forte para preservá-las do mal. Divertindo-se em lhes satisfazerem a curiosidade, os maus Espíritos disso se aproveitam para se aproximar delas, enquanto os bons se afastam. (3)
Outros dizem que o diabo se reveste de várias formas pra nos enganar; isso significaria que o diabo também poderia dar bons conselhos, ser criterioso e ponderado ou que também haveria bons diabos. (4)
Os Espíritos comunicam-se entre si pelo próprio pensamento e é difícil para eles adaptarem-se à morosidade de nossa escrita bem como à precariedade de nossa linguagem. Porém, os Espíritos superiores o fazem com perfeição quando o ensino é importante. Verifica-se, ainda, que eles se exprimem em todas as línguas e as entendem todas. (5)
Não importa a assinatura ou o nome importante de um Espírito; importa é a pureza de seus ensinamentos e a conexão que demonstre com os Espíritos mais elevados. (6)
FONTES
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita VI"
(1) Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
(2) “Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita X"
(3) Indubitavelmente, os que desse fato deduzem que só se comunicam conosco seres malfazejos, cuja única ocupação consista em nos mistificar, não conhecem as comunicações que se recebem nas reuniões onde só se manifestam Espíritos superiores; do contrário, assim não pensariam. É de lamentar que o acaso os tenha servido tão mal, que apenas lhes haja mostrado o lado mau do mundo espírita, pois nos repugna supor que uma tendência simpática atraia para eles, em vez dos bons Espíritos, os maus, os mentirosos, ou aqueles cuja linguagem é de revoltante grosseria. Poder-se-ia, quando muito, deduzir daí que a solidez dos princípios dessas pessoas não é bastante forte para preservá-las do mal e que; achando certo prazer em lhes satisfazerem a curiosidade, os maus Espíritos disso se aproveitam para se aproximar delas, enquanto os bons se afastam.
(4) Como variante dessa opinião, temos a dos que não vêem, nas comunicações espíritas e em todos os fatos materiais a que elas dão lugar, mais do que a intervenção de uma potência diabólica, novo Proteu que revestiria todas as formas, para melhor nos enganar. Não a julgamos suscetível de exame sério, por isso não nos demoramos em considerá-la. Aliás, ela está refutada pelo que acabamos de dizer. Acrescentaremos, tão-somente, que, se assim fosse, forçoso seria convir em que o diabo é às vezes bastante criterioso e ponderado, sobretudo muito moral; ou, então, em que também há bons diabos.
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita XIV"
(5) Para os Espíritos, principalmente para os Espíritos superiores, a idéia é tudo, a forma nada vale. Livres da matéria, a linguagem de que usam entre si é rápida como o pensamento, porquanto são os próprios pensamentos que se comunicam sem intermediário.
Muito pouco à vontade hão de eles se sentirem, quando obrigados, para se comunicarem conosco, a utilizarem-se das formas longas e embaraçosas da linguagem humana e a lutarem com a insuficiência e a imperfeição dessa linguagem, para exprimirem todas as idéias. É o que eles próprios declaram. Por isso mesmo, bastante curiosos são os meios de que se servem com freqüência para obviarem a esse inconveniente. O mesmo se daria conosco, se houvéssemos de exprimir-nos num idioma de vocábulos e fraseados mais longos e de maior pobreza de expressões do que o de que usamos. É o embaraço que experimenta o homem de gênio, para quem constitui motivo de impaciência a lentidão da sua pena sempre muito atrasada no lhe acompanhar o pensamento. Compreende-se, diante disto, que os Espíritos liguem pouca importância à puerilidade da ortografia, mormente quando se trata de ensino profundo e grave. Já não é maravilhoso que se exprimam indiferentemente em todas as línguas e que as entendam todas? Não se conclua daí, todavia, que desconheçam a correção convencional da linguagem. Observam-na, quando necessário. Assim é, por exemplo, que a poesia por eles ditada desafiaria quase sempre a crítica do mais meticuloso purista, a despeito da ignorância do médium.
Livro dos Espíritos, Prolegômenos
(6) Em o número dos Espíritos que concorreram para a execução desta obra, muitos se contam que viveram, em épocas diversas, na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria. Outros, pelos seus nomes, não pertencem a nenhuma personagem, cuja lembrança a História guarde, mas cuja elevação é atestada pela pureza de seus ensinamentos e pela união em que se acham com os que usam de nomes venerados.


