PRINCÍPIOS BASILARES DA DOUTRINA ESPÍRITA
- svdee1
- 9 de out.
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Atualizado: 21 de out.
ENTENDIMENTOS
Sobrevivência da Alma (11)
A Doutrina Espírita repousa naturalmente sobre a existência, em nós, de um ser independente da matéria e que sobrevive ao corpo. (1)
Comunicabilidade dos Espíritos (11)
Os Espíritos estão nos influenciando por toda a parte, e nós a eles. O mundo espiritual interpenetra o material. (3)(5)
Os Espíritos interferem no pensamento dos encarnados, na moralidade e também atuam sobre a matéria. (4)
Às vezes comunicam-se ostensivamente, mas, em outras, nem se percebe a sua atuação (que acabamos por chamar inspiração ou intuição). (6)
Podem manifestar-se espontaneamente ou quando evocados, mas só vão fazer aquilo que lhes seja permitido. (7)
Admitir a comunicação dos maus Espíritos é reconhecer o princípio das manifestações. (9)
Espíritos de personagens conhecidas manifestam-se bastante, mas, dentre os Espíritos que vêm espontaneamente, é muito maior o número dos desconhecidos com um nome qualquer ou alegórico, característico, do que o dos ilustres. Quanto aos evocados, é muito natural que não sendo parente ou amigo, nos dirijamos aos que conhecemos ao invés dos que nos são desconhecidos. O nome das personagens ilustres atrai mais a atenção, por isso é que são notadas. (10)
Existência de Deus (11)
Deus é a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas. (12)
É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. E criou tudo o que existe. (2)
Deus é infinito em suas perfeições, mas dizer que Deus é o infinito seria tomar o atributo de uma coisa pela própria coisa, ambas desconhecidas. A linguagem humana é pobre demais para definir Deus. (13)
A prova da existência de Deus está no axioma de nossa ciência “Não há efeito sem causa”. Tudo o que não é obra do homem tem que ter sido criado por alguém. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e crer que o nada pode criar alguma coisa.
O sentimento instintivo da existência de Deus que todos os homens trazem em si também comprova que Deus existe, pois, de onde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? Ainda aí se usa o princípio — não há efeito sem causa. Esse sentimento não poderia ser fruto somente de idéias adquiridas pela educação, pois, se assim fosse, não existiria esse sentimento entre selvagens; também não seria universal e só existiria naqueles que tivessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.(14)
Crer que as manifestações espíritas sejam coisa do diabo é diminuir Deus, pois, não seria possível que Ele permitisse somente ao mal manifestar-se sem a contrapartida do bem. Se Ele não pudesse fazer o bem comunicar-se, não seria onipotente; e se pudesse e não o fizesse, desmentiria a Sua bondade. Ambas as suposições seriam blasfemas. (8)
Pluralidade dos Mundos (11)
Há o Mundo Espiritual e o Mundo Material. (11)
FONTES
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita II"
(1) ...a doutrina espírita repousa naturalmente sobre a existência, em nós, de um ser independente da matéria e que sobrevive ao corpo.
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita VI"
(2) "Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. “Criou o Universo, que abrange todos os seres animados, e inanimados, materiais e imateriais.
(3) Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
(4) Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
(5) As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.
(6) As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.
(7) Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação. Podem evocar-se todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros, como os das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido; os de nossos parentes, amigos, ou inimigos, e obter-se deles, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que pensam a nosso respeito, assim como as revelações que lhes sejam permitidas fazer-nos.
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita X"
(8) Efetivamente, como acreditar que Deus só ao Espírito do mal permita que se manifeste, para perder-nos, sem nos dar por contrapeso os conselhos dos bons Espíritos? Se ele não o pode fazer, não é onipotente; se pode e não o faz, desmente a sua bondade. Ambas as suposições seriam blasfemas.
(9) Note-se que admitir a comunicação dos maus Espíritos é reconhecer o princípio das manifestações.
Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita XI"
(10) Esquisito é, acrescentam, que só se fale dos Espíritos de personagens conhecidas e perguntam por que são eles os únicos a se manifestarem. Há ainda aqui um erro, oriundo, como tantos outros, de superficial observação. Dentre os Espíritos que vêm espontaneamente, muito maior é, para nós, o número dos desconhecidos do que o dos ilustres, designando-se aqueles por um nome qualquer, muitas vezes por um nome alegórico ou característico. Quanto aos que se evocam, desde que não se trate de parente ou amigo, é muito natural nos dirijamos aos que conhecemos, de preferência a chamar pelos que nos são desconhecidos. O nome das personagens ilustres atrai mais a atenção, por isso é que são notadas.
Livro dos Espíritos, Prolegômenos
(11) Fenômenos alheios às leis da ciência humana se dão por toda parte, revelando na causa que os produz a ação de uma vontade livre e inteligente.
A razão diz que um efeito inteligente há de ter como causa uma força inteligente e os fatos hão provado que essa força é capaz de entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais.
Interrogada acerca da sua natureza, essa força declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do invólucro corporal do homem. Assim é que foi revelada a Doutrina dos Espíritos.
As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos.
Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Este livro é o repositório de seus ensinos. Foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar.
Em o número dos Espíritos que concorreram para a execução desta obra, muitos se contam que viveram, em épocas diversas, na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria. Outros, pelos seus nomes, não pertencem a nenhuma personagem, cuja lembrança a História guarde, mas cuja elevação é atestada pela pureza de seus ensinamentos e pela união em que se acham com os que usam de nomes venerados.
Eis em que termos nos deram, por escrito e por muitos médiuns, a missão de escrever este livro:
“Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade. Mas, antes de o divulgares, revê-lo-emos juntos, a fim de lhe verificarmos todas as minúcias.
“Estaremos contigo sempre que o pedires, para te ajudarmos nos teus trabalhos, porquanto esta é apenas uma parte da missão que te está confiada e que já um de nós te revelou.
“Entre os ensinos que te são dados, alguns há que deves guardar para ti somente, até nova ordem. Quando chegar o momento de os publicares, nós to diremos. Enquanto esperas, medita sobre eles, a fim de estares pronto quando te dissermos.
“Porás no cabeçalho do livro a cepa que te desenhamos1, porque é o emblema do trabalho do Criador. Aí se acham reunidos todos os princípios materiais que melhor podem representar o corpo e o espírito. O corpo é a cepa; o espírito é o licor; a alma ou espírito ligado à matéria é o bago. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que só mediante o trabalho do corpo o Espírito adquire conhecimentos.
“Não te deixes desanimar pela crítica. Encontrarás contraditores encarniçados, sobretudo entre os que têm interesse nos abusos. Encontrá-los-ás mesmo entre os Espíritos, por isso que os que ainda não estão completamente desmaterializados procuram freqüentemente semear a dúvida por malícia ou ignorância. Prossegue sempre. Crê em Deus e caminha com confiança: aqui estaremos para te amparar e vem próximo o tempo em que a Verdade brilhará de todos os lados.
“A vaidade de certos homens, que julgam saber tudo e tudo querem explicar a seu modo, dará nascimento a opiniões dissidentes. Mas, todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento: o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno, que prenderá o mundo inteiro. Estes deixarão de lado as miseráveis questões de palavras, para só se ocuparem com o que é essencial. E a doutrina será sempre a mesma, quanto ao fundo, para todos os que receberem comunicações de Espíritos superiores.
“Com a perseverança é que chegarás a colher os frutos de teus trabalhos. O prazer que experimentarás, vendo a doutrina propagar-se e bem compreendida, será uma recompensa, cujo valor integral conhecerás, talvez mais no futuro do que no presente. Não te inquietes, pois, com os espinhos e as pedras que os incrédulos ou os maus acumularão no teu caminho. Conserva a confiança: com ela chegarás ao fim e merecerás ser sempre ajudado.
“Lembra-te de que os Bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra; que se afastam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus. São um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer perceptível a luz.”
São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.
1 A cepa que se vê na pág. 68 é o fac-símile da que os Espíritos desenharam.
Livro dos Espíritos, Parte Primeira, Das Causas Primárias, Capítulo I – De Deus
(12) 1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”
(13) 3. Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
“Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana, insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens.”
Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é infinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não está conhecida por uma outra que não o está mais do que a primeira.
(14) PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”
Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.
5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
“A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma conseqüência do princípio — não há efeito sem causa.”
6. O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de idéias adquiridas?
“Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?”
Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão-somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.


