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CATEGORIAS DE ESPÍRITOS

  • svdee1
  • 7 de out.
  • 5 min de leitura

ENTENDIMENTOS

Nota-se diferenças de linguagem entre os Espíritos.

Como os Espíritos diferem uns dos outros em conhecimento e moralidade, uma mesma questão pode ser respondida de maneiras distintas e até mesmo opostas, conforme a categoria do Espírito que responde, da mesma maneira que ocorreria se perguntássemos a um sábio, a um ignorante ou a um gracejador encarnados. É essencial sabermos a quem nos dirigimos. (1)

Também há quem pergunte por que os Espíritos ditos Superiores nem sempre estão de acordo.

Entenderemos através do estudo (Que requer muita atenção, observação profunda, continuidade e perseverança.) que nem tudo o que parece contraditório de fato o é. A forma da resposta depende muitas vezes da forma da questão. Frequentemente só há diferença de palavras. Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente com a forma. Para eles, o fundo do pensamento é tudo.

O estudo do Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. (2)

Os Espíritos formam uma série ininterrupta, desde o mais ínfimo grau até o grau superior. Mas, a classificação é arbitrária. Um, pode dividí-los em três classes, outro em cinco, dez ou vinte, à vontade, sem que nenhum esteja em erro. Todas as ciências humanas nos oferecem idênticos exemplos. Cada sábio tem o seu sistema; os sistemas mudam, a Ciência, porém, não muda. Portanto, não se deve dar a uma pura convenção mais importância do que merece; devemos nos ater ao que é verdadeiramente importante e a reflexão poderá nos fazer descobrir, no que parecia disparate, uma similitude que nos escapou a um primeiro exame. (3)

Alguns astrônomos, sondando o espaço, encontraram, na distribuição dos corpos celestes, lacunas não justificadas e em desacordo com as leis do conjunto, bem como efeitos de causa desconhecida. Suspeitaram que essas lacunas deviam estar preenchidas por globos que lhes tinham escapado à observação. Julgando a causa pelo efeito, conseguiram calcular os elementos e mais tarde os fatos confirmaram as previsões. Aplicamos este mesmo raciocínio à observação da série dos seres. Eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente. Porém, entre o homem e Deus há uma imensa lacuna que não é racional pensar que será transposta sem transição. A razão nos diz que necessariamente deve existir outros elos entre o homem e Deus, como disse aos astrônomos que, entre os mundos conhecidos, outros haveria, desconhecidos. O Espiritismo mostra esta lacuna preenchida pelos seres de todas as ordens do mundo invisível e estes seres não são mais do que os Espíritos dos homens, nos diferentes graus que levam à perfeição. Tudo então se liga, tudo se encadeia. (4)


FONTES

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita XIII"

(1) As observações que aí ficam nos levam a dizer alguma coisa acerca de outra dificuldade, da divergência que se nota na linguagem dos Espíritos.

Diferindo estes muito uns dos outros, do ponto de vista dos conhecimentos e da moralidade, é evidente que uma questão pode ser por eles resolvida em sentidos opostos, conforme a categoria que ocupam, exatamente como sucederia, entre os homens, se a propusessem ora a um sábio, ora a um ignorante, ora a um gracejador de mau gosto. O ponto essencial, temo-lo dito, é sabermos a quem nos dirigimos.

(2) Mas, ponderam, como se explica que os tidos por Espíritos de ordem superior nem sempre estejam de acordo?

Diremos, em primeiro lugar, que, independentemente da causa que vimos de assinalar, outras há de molde a exercerem certa influência sobre a natureza das respostas, abstração feita da probidade dos Espíritos. Este é um ponto capital, cuja explicação alcançaremos pelo estudo. Por isso é que dizemos que estes estudos requerem atenção demorada, observação profunda e, sobretudo, como aliás o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança.

Anos são precisos para formar-se um médico medíocre e três quartas partes da vida para chegar-se a ser um sábio. Como pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito? Ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. Será de admirar que o efetuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo?

A contradição, demais, nem sempre é tão real quanto possa parecer. Não vemos todos os dias homens que professam a mesma ciência divergirem na definição que dão de uma coisa, quer empreguem termos diferentes, quer a encarem de pontos de vista diversos, embora seja sempre a mesma a idéia fundamental? Conte quem puder as definições que se têm dado de gramática! Acrescentaremos que a forma da resposta depende muitas vezes da forma da questão.

Pueril, portanto, seria apontar contradição onde frequentemente só há diferença de palavras. Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente com a forma. Para eles, o fundo do pensamento é tudo.

(3) Tomemos, por exemplo, a definição de alma. Carecendo este termo de uma acepção invariável, compreende-se que os Espíritos, como nós, divirjam na definição que dela dêem: um poderá dizer que é o princípio da vida, outro chamar-lhe centelha anímica, um terceiro afirmar que ela é interna, que é externa, etc., tendo todos razão, cada um do seu ponto de vista. Poder-se-á mesmo crer que alguns deles professem doutrinas materialistas e, todavia, não ser assim. Outro tanto acontece relativamente a Deus. Será: o princípio de todas as coisas, o criador do Universo, a inteligência suprema, o infinito, o grande Espírito, etc., etc. Em definitivo, será sempre Deus.

Citemos, finalmente, a classificação dos Espíritos. Eles formam uma série ininterrupta, desde o mais ínfimo grau até o grau superior. A classificação é, pois, arbitrária. Um, grupá-los-á em três classes, outro em cinco, dez ou vinte, à vontade, sem que nenhum esteja em erro. Todas as ciências humanas nos oferecem idênticos exemplos. Cada sábio tem o seu sistema; os sistemas mudam, a Ciência, porém, não muda. Aprenda-se a botânica pelo sistema de Linneu, ou pelo de Jussieu, ou pelo de Tournefort, nem por isso se saberá menos botânica.

Deixemos, conseguintemente, de emprestar a coisas de pura convenção mais importância do que merecem, para só nos atermos ao que é verdadeiramente importante e, não raro, a reflexão fará se descubra, no que pareça disparate, uma similitude que escapara a um primeiro exame.

Livro dos Espíritos, Introdução, "Ao Estudo da Doutrina Espírita XVII"

(4) Concluamos, fazendo uma última consideração. Alguns astrônomos, sondando o espaço, encontraram, na distribuição dos corpos celestes, lacunas não justificadas e em desacordo com as leis do conjunto. Suspeitaram que essas lacunas deviam estar preenchidas por globos que lhes tinham escapado à observação. De outro lado, observaram certos efeitos, cuja causa lhes era desconhecida e disseram: Deve haver ali um mundo, porquanto esta lacuna não pode existir e estes efeitos hão de ter uma causa. Julgando então da causa pelo efeito, conseguiram calcular-lhe os elementos e mais tarde os fatos lhes vieram confirmar as previsões. Apliquemos este raciocínio a outra ordem de idéias. Se se observa a série dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente. Porém, entre o homem e Deus, alfa e ômega de todas as coisas, que imensa lacuna! Será racional pensar-se que no homem terminam os anéis dessa cadeia e que ele transponha sem transição a distância que o separa do infinito? A razão nos diz que entre o homem e Deus outros elos necessariamente haverá, como disse aos astrônomos que, entre os mundos conhecidos, outros haveria, desconhecidos. Que filosofia já preencheu essa lacuna? O Espiritismo no-la mostra preenchida pelos seres de todas as ordens do mundo invisível e estes seres não são mais do que os Espíritos dos homens, nos diferentes graus que levam à perfeição. Tudo então se liga, tudo se encadeia, desde o alfa até o ômega. Vós, que negais a existência dos Espíritos, preenchei o vácuo que eles ocupam. E vós, que rides deles, ousai rir das obras de Deus e da sua onipotência!

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